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Prejuízos da cheia do Rio Madeira já chegam a R$ 52 milhões

Data da notícia: 27/02/2014
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[IMG]http://www.correiopopular.net/LKN/Minhas Imagens/20140227-121.jpg[/IMG] (Da Redação/Assessoria) Os secretários municipais, Leonel Bertolin, da Agricultura e Abastecimento (Semagric), e Carlos Guttemberg, de Transportes e Trânsito (Semtran), junto a uma equipe de técnicos da administração municipal, visitaram as comunidades das regiões do médio e do baixo Madeira com o objetivo de verificar as condições dos abrigados em escolas e outros locais e a situação das propriedades e das estradas rurais. A visita, ocorrida no final de semana, possibilitou auxílios diretos aos desabrigados e um levantamento sobre as condições gerais da região em relação à quantidade de danos provocados pelas chuvas e pela cheia do rio Madeira. Além das perdas materiais, como mobília e casas, constatou-se que os moradores foram prejudicados pela perda substancial da produção rural e das estradas vicinais da região, que praticamente desapareceram. De acordo com o secretário da Semagric, a agricultura, a pecuária e as pequenas agroindústrias nos distritos e pequenas comunidades do médio e baixo Madeira foram completamente danificadas. ?Do Ramal Maravilha até Demarcação, vimos a triste situação provocada pela cheia do Madeira. A perda dos produtores foi de 100%. Perderam casas e móveis, mas também a produção de seus trabalhos. Lavouras de banana, açaí, mandioca, maracujá, melancia e outros, assim como as atividades pastoris estão perdidas?, afirmou Bertolin.
A Prefeitura deverá fazer um levantamento detalhado da situação para catalogar a série de prejuízos após o recuo das águas, mas o secretário municipal de Planejamento (Sempla), Jorge Elarrat, informou que um cálculo parcial foi esboçado. ?Quando acontece um desastre natural como esse que vemos em Porto Velho, a administração pública deve atender a quatro etapas de serviços. As duas primeiras são chamadas de Respostas. Elas dizem respeito ao socorro e assistência às vítimas. Estamos ainda nessas etapas. Depois, vem a fase do Restabelecimento, que é quando se passa a consertar o que foi estragado para a retomada do funcionamento de serviços essenciais, como distribuição de água potável ou serviços de energia elétrica ou de telecomunicações, por exemplo. A última fase é a da Reconstrução, que é a retomada de tudo o que foi destruído de maneira plena?, esclareceu.

DANOS - Segundo Elarrat, a quantidade de danos materiais e outros tipos de prejuízos em todo o município são muito significativos e podem se tornar ainda maiores se o rio continuar a subir. ?No dia 17 de fevereiro, quando fizemos um estudo prévio sobre os dados e contabilizamos algumas perdas da agricultura e da pecuária, a fim de que pudéssemos ter uma quantificação dos prejuízos, a cota do rio estava abaixo dos dezoito metros, mas agora ela passou dessa cota e é muito provável que o prejuízo seja muito mais volumoso. Os levantamentos que fizemos para a agricultura levaram em conta as culturas de cada área e a produção perdida, multiplicada pelo preço médio do produtor. Na agricultura, percebemos um prejuízo de R$ 52 milhões. Para a pecuária, registramos R$ 1,3 milhão de perdas. A indústria, por causa da perspectiva da redução do volume de vendas, ainda que muitos setores permaneçam funcionando, a sua relação com o consumo de combustível permitiu estabelecer um valor de perdas para três meses de cheia do rio, que seria na ordem de R$ 273 milhões. Esse dado foi fornecido pela Sefin, com o calculo do ICMS sobre o combustível utilizado?, esclareceu o secretário.

APOIO - Para o soerguimento das atividades agrícolas do município há grande necessidade do apoio do Governo Federal e do Governo do Estado. ?Em termos de recuperação, à medida que um desastre acontece, existe um protocolo que deve ser seguido para oficializar a situação de emergência ou estado de calamidade pública. A situação de emergência já foi decretada e aceita pelo Governo Federal, mas, neste momento, parece-nos razoável a decretação de estado de calamidade pública. O reconhecimento dessas condições é que possibilitam um comprometimento do Governo Federal no apoio às iniciativas de reconstrução do município e na retomada de seu crescimento?, enfatizou Elarrat.


[B]Efeitos das perdas[/B]
Segundo Bertolin, a economia do município deverá sentir os efeitos das perdas na agricultura. ?O mercado terá de recorrer a produtos vindos de fora, porque os produtos locais não estão disponíveis. Todo o município foi afetado. Distritos como Abunã e Jacy-Paraná sofreram diretamente com a elevação do rio Madeira, mas as regiões que não foram afetadas pela cheia também foram atingidas por chuvas muito fortes, que inviabilizam os trabalhos nas lavouras.
Localidades como Rio Pardo, União Bandeirantes e outras regiões produtivas estão sofrendo com os problemas das estradas vicinais. Muita gente está perdendo tudo ou quase tudo que produziu. Muito leite está sendo jogado fora porque os caminhões não podem entrar nas propriedades para fazer a coleta. Os quatro caminhões da Feira do Produtor estão parados. Todo o pessoal que vendia seus produtos nesse mercado estão deixando de arrecadar?, explicou.
O secretário da agricultura também informou que as perdas incluem maquinários e equipamentos necessários para a produção e que o conjunto da situação pode desmotivar os produtores. ?Há o impacto psicológico para o agricultor e temos de incluir isso em nosso planejamento de recuperação do setor rural. O retorno dos trabalhos de um produtor demora de seis a oito meses para dar algum resultado considerável, assim, precisamos mantê-los motivados?, enfatizou.
Os acontecimentos desse período proporcionaram à Semagric uma reflexão sobre a forma de planejamento municipal para a agricultura. ?Na Conferencia Municipal da Agricultura, em função desses acontecimentos, colocamos duas coisas interessantes sobre o assunto, a primeira é que vamos incluir os problemas relacionados ao clima e seus perigos nas discussões e informações constantes com os agricultores, a outra é a discussão da mobilidade rural como um fator de interesse do município que deve ser colocado em paridade à mobilidade urbana nos planejamentos anuais, concluiu Bertolin.

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